15 de outubro de 2010

Das coisas que sei...


Em nada que perco,
recupero integralmente
a liberdade de haver, algum dia, possuído.
E a minha vida, em queda livre,
dissolve-se no mar de pensamentos,
num calix de desejo, totalmente diluído.

Das coisas que sei me farto,
me basto, na lembrança que me amarra.
Como se o futuro muito adiantado estivesse,
e na angústia de algo inacabado, ainda admira...
Como a ilusão que em meu peito se instala
e ainda respira...


Aurora Zanluchi

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