19 de fevereiro de 2011

Resposta...

Os últimos meses foram difíceis, então resolvi perguntar a mim mesma... Bem lá no fundo, qual o mótivo, qual o significado de tudo o que eu estava passando... Ai ... A resposta veio!
Fiquem com ela!

É tão fácil enganarmos a nós mesmos, tão fácil nos convencermos de qualquer coisa! O sentimento de que devemos "ser alguma coisa" é o começo da ilusão e, naturalmente, essa atitude idealista leva a várias formas de hipocrisia. Qual a causa da ilusão? Um dos fatores é a constante comparação entre "o que é" e "o que deveria ser" ou "poderia ser";, é essa medição entre o "bom" e o "mau" - o pensamento que quer melhorar a si próprio, a memória do prazer, a querer mais prazer, etc. É esse desejo de "mais", essa insatisfação, que nos faz aceitar qualquer coisa, a ter fé em qualquer coisa, e isso há de levar inevitavelmente a toda espécie de engano, de ilusão. São o desejo e o medo, a esperança e o desespero, que "projetam" o alvo, a conclusão que se quer experimentar. Essa experiência, por conseguinte, não tem realidade. Todas as chamadas experiências religiosas seguem esse padrão. O próprio desejo de esclarecimento também gera, forçosamente, a aceitação da autoridade - que é o contrário de esclarecimento. Desejo, insatisfação, medo, prazer, desejo de "mais", ânsia de mudança, tudo isso é medição e constitui a essência da ilusão.

Só podemos estar livres dessa medição quando estamos vivendo realmente com "o que é", nem desejando alterá-lo, nem julgando-o "bom" ou "mau". "Viver com uma coisa" não significa aceitação dela: ela é um fato, quer a aceitemos, quer não. "Viver com uma coisa" não significa, tampouco, identificar-se com ela.


J. Krishnamurti

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