Poesia, s.f.
Raiz de água larga no rosto da noite
Produto de uma pessoa inclinada a antro
Remanso que um riacho faz sob o caule da manhã
Espécie de réstia espantada que sai pelas
frinchas de um homem
Designa também a armação de objetos lúdicos com
emprego de palavras imagens cores sons etc. -
geralmente feitos por crianças pessoas
esquisitas loucos e bêbados
(...)
(...)
Poeta, s.m. e f.
Indivíduo que enxerga semente germinar e
engole céu
Espécie de vasadouro para contradições
Sabiá com trevas
Sujeito inviável: aberto aos
desentendimentos como um rosto
Manoel de Barros
Publicado no livro Arranjos para assobio (1982)
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