8 de abril de 2009

A rua dos cataventos


Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!



Mário Quintana

3 comentários:

Victor S. Gomez disse...

Novamente parabéns pelo seu blog, sempre que venho aqui me surpreendo com tanta coisa boa. Gostaria de postar esse poema em meu blog com link para o seu, blz. bj

Victor S. Gomez disse...

Esaa foto me lembra Conservatória, aqui em Valença, tem uma cachaça boa lá. Só como aperitivo, rsrs. bj

Raquel Mendonça disse...

Obrigada Victor.
Seja sempre bem vindo!
E pode postar no seu blog sim, fique sempre avontade, tudo isso é para ser compartilhado.
E quanto a foto, é bem bonita mesmo.
Não conheço Valença, mas deve ser um lugar bem acolherdor, e a cachaça... também deve ser ótima, rsrsrs.

Grande Abraço!