4 de janeiro de 2009

Soneto para Voar



Desculpe-me o silêncio das palavras.
— A voz que cala é a mesma que diz: não!

—Não tenho explicações para estas travas
que se fecham aos ventos da razão.
As portas da esperança pedem asas
e penas de aventuras nas canções,
para voar na dor, por sobre as casas,
das páginas de sonhos e emoções .
Tenho a ilusão do verso. Isso me basta.
Persigo a flor da doce arribação,
e um oceano antigo inda me arrasta...
— Não deixa em paz as águas da paixão.
—Bem sei que o vôo é lúgubre e desgasta,
mas não sei caminhar com os pés no chão.


Nathan de Castro

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