21 de dezembro de 2008

O Próprio Ser eu Canto


O próprio ser eu canto:
Canto a pessoa em si, em separado
- embora use a palavra Democracia
e a expressão Massa.

Eu canto o Corpo
Da cabeça aos pés:
Nem só o cérebro
Nem só a fisionomia
Tem valor para a Musa
- digo que a forma completa é muito mais valiosa,
e tanto a Fêmea quanto o Macho
eu canto.

A vida plena de paixão,
Força e pulsam,
Preparada para as ações mais livres
Com suas leis divinas
- O Homem Moderno
eu canto.
*
Minha voz sai em busca do meus olhos não conseguem alcançar,
Com uma virada da língua açambarco mundos e volumes de mundos.

O discurso é gêmeo de minha visão... é inconstante para poder se medir.
Está sempre me provocando,
Diz com sarcasmo, Walt, você já compreende o suficiente... por que então
Não bota tudo pra fora ?

Ora, vamos, não vou ser atormentado... você concebe articulações demais.

*
O dito e o escrito não provam quem sou,
Traga a plena prova e todo o resto em meu rosto,
Com meus lábios calados confundo o maior dos céticos.


Walt Whitman

2 comentários:

Big clash disse...

Oi Raquel,
Walt Whitman marcou muito minha vida, seu otimismo perante a vida me encanta, por isso deixo aqui um fragmento que trago comigo a muito tempo e penso ter tudo a ver com este início de ano
Abraços.

Canto da estrada aberta

A pé e de coração leve
Eu enveredo pela estrada aberta,
Saudável, livre, o mundo à minha frente,
À minha frente o longo atalho pardo
Levando-me aonde eu queria.

Daqui em diante não peço mais boa sorte,
Boa sorte sou eu.
Daqui em diante não lamento mais,
Não transfiro,não careço de nada;
Nada de queixas atrás das portas,
De bibliotecas, de tristonhas críticas;
Forte e contente vou eu
Pela estrada aberta…

Walt Whitmann

Raquel Mendonça disse...

Obrigada Big Clash
Um belo texto essse do Walt Whitmann, também gosto muito das palavras dele.

Um abraço

Raquel Mendonça